Manter os cuidados com a saúde cardiovascular é essencial para o funcionamento do corpo, afinal, o coração é um dos principais órgãos responsáveis por essa função. O ritmo irregular da frequência cardíaca pode refletir diretamente em todo o organismo — e até ser fatal. Tal condição trata-se da chamada arritmia cardíaca, que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros e é responsável por mais de 320 mil mortes súbitas anualmente no país, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac).
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Marcelo Cantarelli, cardiologista intervencionista do Grupo AngioCardio, explica que a arritmia cardíaca é o termo utilizado para denominar qualquer alteração no ritmo dos batimentos do coração — acelerado/taquicardia (acima de 100 batimentos por minuto) ou devagar/bradicardia (abaixo de 60 batimentos por minuto). Essa condição pode ser uma consequência fisiológica ou patológica, e acontecer de forma ordenada ou desordenada. Também pode ser crônica (já existente, mas normalmente imperceptível) ou aguda (surge de repente e muitas vezes provoca sintomas). “Aparece em qualquer idade, podendo até ser de origem congênita, descoberta durante o nascimento”, esclarece Cantarelli.
Causas
O cardiologista pondera que além dos defeitos das estruturas do coração, as arritmias podem ser desencadeadas por fatores relacionados aos hábitos e costumes, como prática de exercícios físicos intensos, uso de medicamentos, estimulantes, anabolizantes, consumo de energéticos, cafeína, bebidas alcoólicas, tabagismo, drogas ilícitas, distúrbios da tireoide, intoxicação por agentes atropínicos, queda de açúcar no sangue (hipoglicemia), desmaio (síndrome neurovasogênica) e hipotermia.
“As arritmias podem ser extremamente fisiológicas e benignas, como a taquicardia que sentimos durante emoções — que podem se apresentar apenas como batimentos isolados, prematuros e fora do compasso. Também podem ser malignas e levar à morte, como é o caso da condição causada por infarto agudo do miocárdio, cardiomiopatia hipertrófica ou doença de Chagas, por exemplo. A identificação e o tratamento correto são essenciais”, diz Marcelo.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes das taquiarritmias são: sensação de coração acelerado, compassado ou descompassado, batendo forte na região do pescoço, podendo acompanhar dor no peito, tontura, queda da pressão arterial, sudorese, palidez ou desmaio.
Já as bradiarritmias podem apresentar os seguintes sinais: sensação de desmaio, tontura, enjoos, fraqueza, queda da pressão arterial, sudorese, palidez, sonolência e dor no peito.
Tratamentos
Procurar um médico é essencial ao apresentar qualquer sintoma relacionado à arritmia cardíaca, visto que o tratamento imediato pode reduzir as chances de agravamento dessa condição. Somente um profissional qualificado poderá diagnosticar a doença e suas possíveis causas, e indicar o melhor tratamento conforme suas especificidades.
Os tratamentos podem incluir a reversão da taquicardia para o ritmo normal (sinusal) através de medicamentos ou cardioversão elétrica. E em caso de bradicardia, principalmente quando causada por bloqueios do sistema elétrico do coração, pode ser indicado a implantação de um marca-passo provisório ou permanente.
Prevenção
Cantarelli finaliza com uma lista de medidas de prevenção contra as arritmias; confira:
• Realizar anualmente uma consulta com um médico cardiologista;
• Evitar o uso de cigarros e drogas;
• Manter uma alimentação saudável;
• Beber água regularmente e não exceder o consumo de bebidas alcoólicas e energéticas;
• Praticar atividade física orientada;
• Fazer o controle do peso;
• Controlar o estresse;
• Utilizar somente medicações sob orientação médica;
• Buscar ajuda médica ao notar qualquer sinal de arritmia.